segunda-feira, setembro 01, 2014

Língua portuguesa se adapta às circunstâncias e situações diárias

Pernambuco é um dos principais estados do Nordeste. Só no ano passado, 4,7 milhões turistas passaram pelo estado, segundo dados da Secretaria de Turismo. Os visitantes vieram de vários lugares do país e de vários sotaques e expressões. Entre os falantes do português, as variações linguísticas são notáveis, mas nada que impeça a comunicação. No projeto Educação desta sexta-feira (28), o professor Vicente Santos falou sobre o assunto.

“Eu costumo dizer que nós somos poliglotas na própria língua. Falamos a nossa língua de várias maneiras diferentes, depende das circunstancias. Se vou ao Rio Grande do Sul já vou ouvir falar diferente na rua, as pessoas têm uma linguagem própria, tem o “tchê”; em Minas, tem “uai”. Aqui, temos o “oxe”. Enfim, são variações regionais que ocorrem em qualquer língua e na nossa também”, comentou o professor.

O importante é não se ter preconceito linguístico é admitir que há muitos falares na língua portuguesa. Por exemplo, dependendo da situação, é preciso usar uma linguagem mais formal. “Um juiz já requer certa formalidade. Existe um linguajar próprio. Você não vai se dirigir a um juiz como se dirige a um filho ou qualquer coisa assim. Eles têm uma situação totalmente diferente”, ilustrou o veterinário Edvaldo de Araújo.

Outra situação em que a formalidade está presente é no tratamento entre um recepcionista de hotel e um hóspede. A conversa normalmente é marcada pelos pronomes de tratamento “senhor” ou “senhora”. “A gente evita que o funcionário traga para o seu dia a dia a linguagem praticada em sua casa. Então o atendimento do recepcionista que está sempre em contato com o cliente tem que ser realmente o mais formal possível”, disse o gerente de hotel Sérgio Paraíso.

O uso da linguagem deve ser feita como as regras de convivência, por exemplo. Para isso, é necessário ter bom senso. “Eu costumo dizer que você não vai a um casamento de bermuda e camiseta e também não vai à praia de paletó e gravata. Então existe a hora da formalidade e da informalidade”, contou o professor Vicente Santos.

No dia a dia também é possível perceber essas variações linguísticas. Na feira, a laranja cravo pode ser tangerina ou mexerica. O aipim vira macaxeira; e a abóbora, jerimum. Na hora de escrever, geralmente às pessoas ficam atentas à norma culta. “A gente procura colocar como se escreve mesmo, porque é mais correto. Você botar num estabelecimento uma coisa errada fica até uma coisa esquisita”, disse a comerciante Bradini Torres.
Mas o que une o povo brasileiro, na verdade, é a norma culta. “Estou no Rio Grande do Sul e leio o jornal sem nenhum problema, Entendo tudo. O gaúcho está no Recife lê o nosso jornal e entende perfeitamente. Porque a norma padrão está ali presente ela nos une”, finalizou Vicente Santos.



Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2014/08/lingua-portuguesa-se-adapta-circunstancias-e-situacoes-diarias.html

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