Pernambuco é um dos principais estados do Nordeste. Só no ano passado,
4,7 milhões turistas passaram pelo estado, segundo dados da Secretaria
de Turismo. Os visitantes vieram de vários lugares do país e de vários
sotaques e expressões. Entre os falantes do português, as variações
linguísticas são notáveis, mas nada que impeça a comunicação. No projeto
Educação desta sexta-feira (28), o professor Vicente Santos falou sobre
o assunto.
“Eu costumo dizer que nós somos poliglotas na própria língua. Falamos a
nossa língua de várias maneiras diferentes, depende das circunstancias.
Se vou ao Rio Grande do Sul já vou ouvir falar diferente na rua, as
pessoas têm uma linguagem própria, tem o “tchê”; em Minas, tem “uai”.
Aqui, temos o “oxe”. Enfim, são variações regionais que ocorrem em
qualquer língua e na nossa também”, comentou o professor.
O importante é não se ter preconceito linguístico é admitir que há
muitos falares na língua portuguesa. Por exemplo, dependendo da
situação, é preciso usar uma linguagem mais formal. “Um juiz já requer
certa formalidade. Existe um linguajar próprio. Você não vai se dirigir a
um juiz como se dirige a um filho ou qualquer coisa assim. Eles têm uma
situação totalmente diferente”, ilustrou o veterinário Edvaldo de
Araújo.
Outra situação em que a formalidade está presente é no tratamento entre
um recepcionista de hotel e um hóspede. A conversa normalmente é
marcada pelos pronomes de tratamento “senhor” ou “senhora”. “A gente
evita que o funcionário traga para o seu dia a dia a linguagem praticada
em sua casa. Então o atendimento do recepcionista que está sempre em
contato com o cliente tem que ser realmente o mais formal possível”,
disse o gerente de hotel Sérgio Paraíso.
O uso da linguagem deve ser feita como as regras de convivência, por
exemplo. Para isso, é necessário ter bom senso. “Eu costumo dizer que
você não vai a um casamento de bermuda e camiseta e também não vai à
praia de paletó e gravata. Então existe a hora da formalidade e da
informalidade”, contou o professor Vicente Santos.
No dia a dia também é possível perceber essas variações linguísticas.
Na feira, a laranja cravo pode ser tangerina ou mexerica. O aipim vira
macaxeira; e a abóbora, jerimum. Na hora de escrever, geralmente às
pessoas ficam atentas à norma culta. “A gente procura colocar como se
escreve mesmo, porque é mais correto. Você botar num estabelecimento uma
coisa errada fica até uma coisa esquisita”, disse a comerciante Bradini
Torres.
Mas o que une o povo brasileiro, na verdade, é a norma culta. “Estou no
Rio Grande do Sul e leio o jornal sem nenhum problema, Entendo tudo. O
gaúcho está no Recife lê o nosso jornal e entende perfeitamente. Porque a norma padrão está ali presente ela nos une”, finalizou Vicente Santos.
Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2014/08/lingua-portuguesa-se-adapta-circunstancias-e-situacoes-diarias.html
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